sábado, 25 de agosto de 2007

Acidente da TAM

Já passou mais de 1 mês do acidente com o AirBus da TAM. E ainda nada totalmente esclarecido sobre as circunstâncias desta tragédia.

Pena que, em nosso país, é necessário uma catástrofe como esta para que providências comecem a ser tomadas para a resolução de antigos problemas. Não só porque o Governo antes disso não se mobilizava, mas também porque a opinião pública parece ter ganhado mais força com a tragédia. Se é que existe lado bom, cabe aceitar que, ao menos, este acidente serviu para mostrar que muita coisa precisava urgentemente ser mudada. Infelizmente, 199 pessoas precisaram morrer para que as mudanças iniciassem.

Depois do acidente, caíram: Ministro da Defesa, Waldir Pires; Presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira; e, mais recentemente, a diretora da ANAC, Denise Abreu.

A esperança agora é que os novos dirigentes tomem atitudes. O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, está agindo e mostrando "a que veio". Vamos aguardar os resultados.

Nada muda de uma hora para outra, é verdade. Mas será que podemos aprender algo com isso tudo? Será que vamos ter que continuar assistindo a um Brasil em que as mudanças só acontecem no cenário "pós-tragédias"? Não seria melhor que algo fosse feito PREVENTIVAMENTE e não REMEDIADAMENTE? Seria....

E seria interessante, também, ver vestido de coelho da Páscoa todos os responsáveis por este lamentável caos da aviação brasileira.

Vote também na nossa nova enquete (ao lado). Quem você gostaria de ver vestido de coelhinho?

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Muitas tragédias em uma

Pode parecer estranho voltamos a falar de um fato que ocorreu no ano 2000, no entanto, lá se vão sete anos e o sequestro do ônibus 174, no Rio de Janeiro, continua tendo muito a comunicar, exemplificar e comover.

Na quinta-feria, dia 9, assistimos ao documentário sobre o acontecimento, que procura abordar a um só tempo e uma só película, as múltiplas tragéidas que compuseram a tragédia-título, que culminou na morte do sequestrador e de uma de suas reféns. Entram aqui a tragédia da miséria, a tragédia da polícia (por dois âmbitos: crueldade/abuso de autoriade e despreparo), a tragédia na vida das vítimas e, sobretudo, a tragéida social, que leva a sociedade a aceitar e clamar por uma justiça baseada na violência (no caso, a morte mal contada do seqetrador por sufocamento). Então, se na nossa sociedade a justiça é a violência, o que podemos esperar das gerações que crescem convivendo com essa teoria?

A exibição do documentário servirá como base de discussão para as matérias: Novas Tecnologias, Administração de Produtos Editoriais e Telejornalismo. Tudo isso pra discutir o formato documentário em suas diversas possibilidades (produto audiovisual, produto editorial, webdocumentário, etc). Relevante, mas o que de fato sai da sala de aula nas cabeças e nas costas (como um peso mesmo) de todos é uma lição que está menos relacionada a técnicas de filmagem e mais relacionada à violência e ao seu caráter cíclico.

Levando em conta este viés, cabe lembrar que é parte da conclusão do filme a idéia de que a polícia terminou, nesta ocasião, o que havia começado na chacina da Candelária (já que Sandro foi um dos garotos agredidos por policiais na ocasião) Neste caso, estaria fechado este ciclo de violência? Penso que não. Penso que o cíclo continuará aberto por muito tempo, enquanto não pararmos de construir Sandros cotidianamente.